sábado, 22 de junho de 2024

Ecos e Sussurros do Passado

Histórias das 7 Lagoas

Ecos e Sussurros do Passado

 

 

Sete Lagoas é uma cidade do Brasil situada em Minas Gerais, especificamente na área central do estado. Considerado um importante centro industrial, distante cerca de 72 quilômetros de Belo Horizonte.

De acordo com o último censo realizado em 2022, a cidade contava com uma população de 227.360 residentes, o que a tornava a mais populosa de sua região próxima.

Antes da vinda dos primeiros exploradores, os habitantes locais denominavam a região como "Vapabuçu" (Local de Diversas Lagoas).

O nome Sete Lagoas foi dado devido ao número de lagoas encontradas pelos colonizadores durante sua chegada.

O surgimento de Sete Lagoas teve início em 1667, quando os primeiros colonizadores europeus, membros da expedição de Fernão Dias, o “Borba Gato”, adentraram as terras da região em busca de minérios valiosos.

O líder da missão, Fernão Dias Paes Leme, encontrou um minério de prata excepcionalmente belo nas montanhas de Sete Lagoas, possivelmente na Lapa do Chumbo da Fazenda das Melancias.

Essa descoberta foi essencial para o progresso da área. Contudo, a trajetória de Fernão Dias não se resumiu apenas a grandes descobertas. Seu filho adotivo, José Dias, se revoltou contra a corajosa jornada do pai, liderando um levante que culminou em sua própria morte.

Este acontecimento tumultuado marcou o início do povoamento às margens do Ribeirão Matadouro, com o aparecimento das primeiras casas que lançaram as bases para a formação da cidade.

Após a desintegração da bandeira de D. Rodrigo de Castelo Branco em 1681, os sobreviventes refugiaram-se em Sete Lagoas e contribuíram para o desenvolvimento da vila.

A integração entre colonos e tribos nativas, marcada pelo casamento e pelo respeito mútuo, foi crucial para a prosperidade da comunidade.

No início do século XVIII, João Leite da Silva Ortiz, típico representante das sertanistas paulistas, adquiriu as Sesmarias do Cercado e em fevereiro de 1711, a de Sete ·Lagoas. Mas, por razões desconhecidas, o registo oficial deste último foi perdido, deixando apenas um nome em branco nos livros de contas da sede do governo.

Inquieto como os pioneiros de sua época, João Leite da Silva Ortiz logo deixou suas terras em busca de novos horizontes, deixando a Sesmaria das Sete Lagoas Confiada a Antônio Pinto de Magalhães

A cidade tem uma história rica e multifacetada, que remonta ao início do século XVIII. Uma das figuras centrais dos primeiros anos da história da cidade foi João Leite da Silva Ortiz, nascido em São Paulo, filho de Estevão Raposo Bocarro e Dona Maria de Abreu Pedroso Leme.

Ortiz, representante da raça sertanista paulista, é conhecido por sua constante busca por novas fronteiras e oportunidades.

Na condição de bandeirante, Ortiz desempenhou um papel vital na exploração e no desenvolvimento inicial da área.

Em 1701 chegou à Serra de Congonhas, onde encontrou não ouro, como pretendia originalmente, mas uma paisagem adequada à agricultura. Esta descoberta levou-o a instalar-se na zona, fundar a Fazenda do Cercado, e ali iniciar atividades agrícolas e pecuárias.

Ortiz adquiriu a Sesmaria do Cercado em janeiro de 1711 e a Sesmaria de Sete Lagoas no mês seguinte. Este último não foi contabilizado nos livros oficiais de contas da sede do governo naquela época por motivos não registrados.

Além de sua influência em Sete Lagoas, Ortiz também é conhecido por fundar o acampamento Curral Del Rey, que acabou se transformando na cidade de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais.

A história de Sete Lagoas prossegue com a figura de Antônio de Pinto Magalhães, que desempenhou um papel fundamental na evolução da cidade.

Ele adquiriu a sesmaria da região, anteriormente pertencente a João Leite da Silva Ortiz. Esta aquisição, documentada oficialmente, representa um marco importante na continuidade do desenvolvimento de Sete Lagoas.

A compra da sesmaria por Magalhães é um reflexo da dinâmica de posse e exploração de terras que caracterizava o período colonial brasileiro.

 

 

Por volta de 1750, a Coroa Portuguesa formalizou a concessão da sesmaria a Antônio de Pinto Magalhães, cobrindo a área que hoje corresponde à cidade de Sete Lagoas.

Essa transferência de posse foi um passo significativo na história da região. Posteriormente, após a execução de Magalhães, a sesmaria foi transferida para o Padre Joaquim de Souza, um movimento que reflete as mudanças políticas e sociais da época.

Durante o período colonial brasileiro, especialmente nos séculos XVII e XVIII, a Coroa Portuguesa implementou uma série de medidas para controlar a extração e o tráfego de ouro e diamantes na região das Minas Gerais.

A partir de 1702, a Coroa Portuguesa determinou a organização da exploração das minas através do Regimento das Terras Minerais. Este regimento estabeleceu que a exploração aurífera deveria ser acompanhada pelo pagamento de um imposto denominado “quinto”, que correspondia a um quinto do valor extraído.

Além disso, postos de controle conhecidos como “quartéis” ou “cartórios” foram montados em vários locais de Minas Gerais para arrecadar impostos sobre a circulação de mercadorias e escravos. Um dos postos fica em Sete Lagoas.

Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, ocupou um lugar importante na cidade. Ele comandava a guarnição e era responsável pela segurança da estação de arrecadação de impostos de Sete Lagoas.

Documentos históricos confirmam que Tiradentes esteve presente na cidade entre 22 de abril de 1780 e 23 de junho de 1781. Durante este período, o destacamento militar sob o seu comando, além de garantir a segurança do cartório, também foi incumbido de patrulhar as estradas que conduzem à cidade. Prevenir o contrabando e auxiliar na arrecadação de impostos.


Ecos e Sussurros do Passado

Histórias das 7 Lagoas Ecos e Sussurros do Passado     Sete Lagoas é uma cidade do Brasil situada em Minas Gerais, especificamente n...